A Força Expedicionária Brasileira teve a “baixa” de mais um ex-combatente da Segunda Guerra Mundial. Foi enterrado nesta quinta-feira (10 de outubro), em Santa Cruz, distrito de Aracruz, o tenente Jeremias Caetano, aos 96 anos, que era um dos cinco expedicionários do município.
O ex-combatente estava hospitalizado em Colatina e na última quarta-feira, às 14h30, ele faleceu entre familiares.
No final da Segunda Guerra Mundial, Jeremias Caetano foi convocado para integrar as forças militares do Brasil para ficar de prontidão e posteriormente combater na Itália.
Em um rápido bate-papo com a reportagem da Voz do Piraqueaçu, em 2018, o tenente contou que seria enviado para a Batalha de Monte Castello, no Norte da Itália, em 1945. Mas antes disso, a guerra acabou.
A história do expedicionário foi contada diversas vezes aos seus amigos mais próximos. Quem teve a oportunidade de conhecê-lo sabia de seu orgulho de ter pertencido à Força Expedicionária Brasileira (FEB)
Antes de seu sepultamento, na manhã desta quinta-feira, o tenente Jeremias Caetano foi homenageado.
CANÇÃO DO EXPEDICIONÁRIO
Exército Brasileiro
Você sabe de onde eu venho?
Venho do morro, do Engenho
Das selvas, dos cafezais
Da boa terra do coco
Da choupana onde um é pouco
Dois é bom, três é demais
Venho das praias sedosas
Das montanhas alterosas
Do pampa, do seringal
Das margens crespas dos rios
Dos verdes mares bravios
Da minha terra Natal
Por mais terras que eu percorra
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte para lá
Sem que leve por divisa
Esse V que simboliza
A vitória que virá
Nossa vitória final
Que é a mira do meu fuzil
A ração do meu bornal
A água do meu cantil
As asas do meu ideal
A glória do meu Brasil
Eu venho da minha terra
Da casa branca da serra
E do luar do meu sertão
Venho da minha Maria
Cujo nome principia
Na palma da minha mão
Braços mornos de Moema
Lábios de mel de Iracema
Estendidos para mim
Ó minha terra querida
Da Senhora Aparecida
E do Senhor do Bonfim!
Por mais terras que eu percorra
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte para lá
Sem que leve por divisa
Esse V que simboliza
A vitória que virá
Nossa vitória final
Que é a mira do meu fuzil
A ração do meu bornal
A água do meu cantil
As asas do meu ideal
A glória do meu Brasil
Você sabe de onde eu venho?
E de uma Pátria que eu tenho
No bôjo do meu violão
Que de viver em meu peito
Foi até tomando jeito
De um enorme coração
Deixei lá atrás meu terreno
Meu limão, meu limoeiro
Meu pé de jacaranda
Minha casa pequenina
Lá no alto da colina
Onde canta o sabiá
Por mais terras que eu percorra
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte para lá
Sem que leve por divisa
Esse V que simboliza
A vitória que virá
Nossa vitória final
Que é a mira do meu fuzil
A ração do meu bornal
A água do meu cantil
As asas do meu ideal
A glória do meu Brasil
Venho de além desse monte
Que ainda azula no horizonte
Onde o nosso amor nasceu
Do rancho que tinha ao lado
Um coqueiro que, coitado
De saudade já morreu
Venho do verde mais belo
Do mais dourado amarelo
Do azul mais cheio de luz
Cheio de estrelas prateadas
Que se ajoelham deslumbradas
Fazendo o sinal da cruz!
Por mais terras que eu percorra
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte para lá
Sem que leve por divisa
Esse V que simboliza
A vitória que virá
Nossa vitória final
Que é a mira do meu fuzil
A ração do meu bornal
A água do meu cantil
As asas do meu ideal
A glória do meu Brasil