O retorno às aulas e a pandemia serão temas centrais da “Plenária do Coletivo de Oposição Sindiupes pela Base”, que acontecerá nesta sexta-feira (28 de agosto), a partir de 19 horas, no aplicativo Google Meet, próprio para discussões virtuais em grupo, e que será disponibilizado nas páginas do coletivo no Fabebook e perfil do Instagram. Os membros do coletivo também socializarão o link da plenária por meio do Whatsapp.
“Vamos discutir juntas/os a importância de nos mobilizarmos para garantirmos nossa segurança e de toda a comunidade escolar neste período de pandemia”, convoca o cartaz anunciando a plenária.
Para o Coletivo de Oposição Sindiupes pela Base, o importante é estar próximo ao professor, estar presente e discutir as pautas mais importantes do momento.
“O Sindiupes pela Base é um coletivo de professoras e professores da base do magistério do Espírito Santo que faz oposição à atual direção do Sindiupes, pois ela se afastou da base, não organiza a categoria pra luta e não atende aos interesses de quem está no chão da escola”, explicou a professora de Aracruz Leilany Santos Moreira, que faz parte do coletivo.
Estudante de pós-graduação do Instituto Federal do Espírito Santo - Núcleo Aracruz (Ifes - Aracruz), João Victor Padilha joga pesado em seu entendimento quanto ao retorno às aulas.
“Eu penso que o retorno às aulas é um crime calculado contra a população brasileira. Estamos com números de mortes aumentando pela Covid-19 na maioria dos estados. E voltar com as escolas, é criar espaços de aglomerações e permitir um aumento das infecções pelo vírus”, argumentou o estudante.
Para a estudante do ensino médio da Escola Primo Bitti, de Coqueiral de Aracruz, o retorno é um problema, principalmente por causa daquelas famílias em que os alunos estão inseridos moram com pais ou avós idosos.
“Eu penso que as aulas só deveriam voltar se o Brasil tivesse uma preparação, de maneira que os alunos não tivessem tanto risco. Hoje em dia, a maioria dos alunos mora com os avós, pais mais velhos ou até mesmo gente de risco na família. Por outro lado, não dá pra ficar sem aula. Só está prejudicando os alunos de escolas e universidades que não possuem acesso à internet. O negócio é focar na vacina que é algo demorado. O ano já está perdido”, lamentou a estudante.
PLENÁRIA
Dia: 28 de agosto
Hora: 19 horas
Plataforma: Google Meet - o link será disponibilizado pela página do Facebook, pelo perfil do Instagram e por meio de Whatsapp no contato de professores que compõem o coletivo .
RESPOSTA DO COLETIVO DE OPOSIÇÃO SINDIUPES PELA BASE
"Nós do Coletivo de Oposição Sindiupes pela Base, repudiamos veementemente as últimas declarações do Secretário EStadual de Educação do ES, Vitor de Angelo, sobre o retorno às aulas presenciais.
Ao defender o retorno às aulas, o Secretário transfere a responsabilidade para a parcela da população que não tem cumprido as medidas de isolamento. Ressaltamos que a responsabilidade de dar as condições e ao mesmo tempo fiscalizar comércios e demais estabelecimentos para que permanecessem fechados é do Estado (governo federal e governos estaduais e municipais).
O governo federal, além de não apoiar as medidas de isolamento, dificultou o acesso a linhas de crédito que pudessem manter estabelecimentos fechados. Os governos estaduais e municipais por sua vez, flexibilizaram antes da hora o funcionamento dos estabelecimentos, provocando grande fluxo de pessoas em ruas, transportes coletivos e estabelecimentos comerciais.
Além disso, o SEcretário sugere uma suposta preocupação com a integridade das crianças e chega a apontar o caso da menina de 10 anos que foi abusada por uma familiar dentro de casa. Exemplo absurdo, visto que a criança vinha sofrendo abusos há mais de quatro anos, ou seja, bem antes da pandemia. Mesmo que de maneira geral os casos de abusos tenham aumentado nesse período, é preciso que muitas outras políticas públicas sejam estabelecidas ou fortalecidas para que o abuso contra crianças e adolescentes seja combatido, ao invés de transferir toda essa responsabilidade a ocorrência ou não de aulas presenciais.
O que o Secretário não revela é que o real motivo para que ele considere o retorno presencial urgente, é a pressão que a SEDU vem sofrendo das instituições privadas de ensino que querem a imediata reabertura de escolas e faculdades particulares.
Os exemplos mundo a fora, e também de algumas cidades e estados do país, comprovam que a reabertura de escolas sem o devido controle da pandemia está causando novo aumento da contaminação e um grave risco à vida de profissionais de educação, estudantes e familiares.
E sabemos que o devido controle da pandemia só virá com a vacinação em massa da população. Sendo assim, apontamos que a intransigência do Secretário poderá levar a muitas mortes e que ele deverá ser responsabilizado!
Empurrar para os profissionais da educação e às famílias o enfrentamento à pandemia é criminoso, pois não considera as condições físicas das escolas, a saúde mental de professores e estudantes e muito menos as imensas dificuldades que passam as famílias para sobreviver em meio a crise econômica e sanitária.
Continuaremos em luta contra a reabertura das escolas e pela preservação da vida!"
Nota emitida pelo Coletivo de Oposição Sindiupes pela Base