Conforme levantamento mensal realizado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), oito de cada 10 famílias brasileiras estão endividadas. É o maior volume desde 2010, quando teve início a série histórica. O Brasil tem hoje mais de 67 milhões de pessoas inadimplentes, segundo dados divulgados pela Serasa em agosto. O recorde de inadimplência, impulsionada pela pandemia, reforça a importância do planejamento financeiro de famílias e de empresas. Para amadurecer o comportamento das novas gerações em relação ao consumo e ao uso consciente do dinheiro, escolas particulares e públicas implementam a educação financeira dentro de sala de aula.
O ideal é que as pessoas sejam educadas sobre questões financeiras o mais cedo possível em suas vidas. A professora de matemática e de educação financeira do Centro Educacional Primeiro Mundo, Milena Benfiques Borges, destaca que a experiência de se informar sobre finanças produziu mudanças significativas na vida dos jovens estudantes e de suas famílias.
“Utilizamos a metodologia de explicar sobre os conceitos da educação financeira e demonstrar por meio de exemplos, estudos e dados, a importância de ser um cidadão educado financeiramente”, explica a professora. “No ensino regular, a disciplina de matemática abrange alguns temas de matemática financeira, como juros. Já os alunos do integral têm uma disciplina específica voltada para a educação financeira. O foco é preparar os alunos para serem cidadãos conscientes e com uma melhor qualidade de vida”, complementa.
Brasil nos últimos lugares em educação financeira
A necessidade de amadurecer o comportamento das novas gerações em relação ao consumo e ao uso consciente do dinheiro pode ser medida pelo resultado do Programa Internacional de Avaliação de Alunos Para Escolas (PISA-S), pesquisa trienal que avalia as habilidades de 13,5 milhões de jovens estudantes diferentes cantos do planeta. Dos 20 países avaliados, o Brasil foi o 17º colocado na pontuação geral quanto a questões que mediram as habilidades de estudantes para o planejamento e manejo das finanças.
Programa nacional prevê educar 25 milhões de estudantes
A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) recomenda que a educação financeira comece o mais cedo possível, na escola, contribuindo para formar uma sociedade com maior qualidade de vida. A proposta do Programa Nacional de Educação Financeira nas Escolas, uma parceria entre o Ministério da Educação (MEC) e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), foi criada justamente com o objetivo de incentivar o tema entre crianças e jovens de todo o Brasil. Lançada recentemente, a iniciativa visa à capacitação de mais de 500 mil professores ao longo de três anos, para que possam alcançar mais de 25 milhões de estudantes da educação básica.
A ideia é que professores do ensino fundamental e médio possam realizar cursos em uma plataforma on-line para trabalhar esses conhecimentos com suas turmas. Para tanto, um portal criado com temas que incentivam a cultura de planejamento, prevenção, poupança, investimento e consumo consciente. Para saber mais, acesse o site https://www.edufinanceiranaescola.gov.br/
OS NÚMEROS
Oito em cada 10 famílias estão endividadas;
Mais de 67 milhões de pessoas estão inadimplentes, de acordo com número de agosto (2022) do Serasa;
EDUCAÇÃO FINANCEIRA
De 20 países avaliados, o Brasil ocupa a 17ª posição
PROGRAMA NACIONAL
Prevê a educação financeira de 25 milhões de estudantes, mas antes contando com a capacitação de 500 mil professores;
Utilização da plataforma online contida no portal https://www.edufinanceiranaescola.gov.br/
Com informações da Assessoria de Comunicação da Escola Primeiro Mundo