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Educação de Aracruz inicia ano letivo com problemas

Cartões de transporte de alunos que responsáveis garantem que cadastraram, alunos sem uniformes para início das aulas e salas sem profissional capacitado para atender alunos especiais.

Publicada em 23/02/24 às 18:35h - 428 visualizações

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Educação de Aracruz inicia ano letivo com problemas
Educação inclusiva é o que pais esperam para alunos atípicos  (Foto: Jornal Voz do Piraqueaçu - arte )

Pelo sim, pelo não, Aracruz poderia ficar reprovado logo no início do ano letivo, dados os problemas apresentados na abertura do ano educacional. Embora a propaganda de começo das aulas estivesse carregada de esperança e boas vibrações, a realidade, quando confrontada, apresenta alguns problemas estruturais, na visão de pais, alunos e responsáveis.


Nesta semana, a reportagem da Voz do Piraqueaçu ouviu mães de alunos com desenvolvimento atípico, preocupadas com o reinício das aulas. Segundo elas, era esperado para 2024 um acompanhamento educacional mais inclusivo que atendesse a contento seus filhos.

 

Segundo elas, os alunos estariam ainda sem apoio de um profissional especializado em sala de aula para seu acompanhamento mais próximo, de forma a promover o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, conforme determina a lei.


De acordo com a lei 14.254, de 30 de novembro de 2021, logo no seu primeiro artigo, afirma que “o poder público deve desenvolver e manter programa de acompanhamento integral para educandos com dislexia, Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) ou outro transtorno de aprendizagem”.


Em entrevista, algumas mães relataram que seus filhos não contam com o apoio necessário para seu desenvolvimento.


Embora tenham apresentado o laudo médico, conforme determina a legislação vigente, não conseguiram o apoio para o desenvolvimento educacional de seus filhos.


Uma mãe, cujo nome não será revelado para que se mantenha o bem-estar da criança em questão, revelou que recebeu a prova respondida por sua filha, e que a avaliação estava crivada de erros, porém, ainda assim, ela teria recebido uma nota alta demais.


“Eu não busco que minha filha passe de ano, eu quero que ela aprenda. Para mim, a aprendizagem é mais importante do que o simples passar de ano”, lamentou a mãe.


Num outro relato, a mãe quis o apoio para seu filho, e conta com a diretoria, quando tem tempo, para acompanhamento mais próximo.


“Mas não é isso que queremos. Queremos que um profissional acompanhe nossos filhos, de forma a eles aprenderem como os outros alunos”, destacou a outra mãe.



PASSE ESCOLAR


Logo no início das aulas, no dia 5 de fevereiro, os pais de alunos reclamaram porque seus filhos, alunos da rede pública, não estariam com os cartões de passe escolar devidamente abastecido de crédito.


A resposta do Município foi que os pais, alunos e responsáveis não teriam feito o recadastramento (para alunos da rede) ou o cadastro (novos alunos da rede) dentro das datas preestabelecidas.


Houve pais e alunos que retrucaram e afirmaram que cumpriram o determinado dentro da data que a Secretaria Municipal de Educação havia estipulado, ou seja, entre os dias 15 e 26 de janeiro. Aliás, data que, de acordo com a Prefeitura Municipal de Aracruz, teria sido estendida.


UNIFORME ESCOLAR


Outro problema que surgiu nesta largada do ano letivo foi a falta de uniformes gratuitos para os alunos do Ensino Fundamental de Aracruz, que segundo o vereador Roberto Rangel, foram adquiridos por ata de adesão, e impossibilitaram a participação de empresas aracruzenses.


O OUTRO LADO


Em entrevista à reportagem da Voz do Piraqueaçu, a secretária Municipal de Educação, Jenilza Spinassé Morellato, afirmou que foi adotada a Ata de Registro de Preço - Qualidade + Preço.


“O Município comunicou imediatamente aos comerciantes de Aracruz o atraso que teríamos para evitar prejuízo para eles. Primeiro, a empresa pediu o prazo até 29 de dezembro para a entrega. Depois pediu uma dilação do prazo, para que se estendesse até o dia 29 de janeiro. Hoje (23 de fevereiro) estamos recebendo a última carreta com esses uniformes. Os nossos alunos recebem duas blusas e uma bermuda (para os meninos) e um short-saia (para as meninas)”, detalhou a secretária Jenilza.


Quanto à questão dos alunos com desenvolvimento atípico, a secretária de Educação afirmou categoricamente que o Município cumpre as regras em relação à legislação federal que dispõe sobre o “acompanhamento integral para educandos com dislexia, Transtorno do Déficit de Atenção por Hiperatividade (TDAH) ou outros transtornos de aprendizagem”.


“Conforme a legislação, nós, em Aracruz, contamos com um programa para o desenvolvimento dos alunos com TDAH, dislexia e outros transtornos do aprendizado, conforme determina a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva. Em Aracruz, contamos com Salas de Recurso que são justamente voltadas para o atendimento especial desses alunos”, garantiu a secretária.


Ela informou que na cidade são um total de 17 salas de recurso para atendimento específico dos alunos com desenvolvimento atípico.


“Essas são salas equipadas para garantir total atenção do aluno para não dispersar e ter foco na aprendizagem”, apontou Jenilza Spinassé.


O problema da aluna que obteve nota acima do que seu rendimento apresentou na prova, conforme relato de uma mãe ao Portal Voz do Piraqueaçu, segundo a secretária, é inaceitável.


Quanto à contratação de novos profissionais, a secretária Jenilza disse que o Município tem um processo seletivo em curso e o concurso só pode ser realizado para o caso de se abrir vaga. 



NOSSA OPINIÃO


Depois de conversar com as mães e com a secretária Jenilza Spinassé, chego a conclusão que de inclusivo o método adotado pelo Município, infelizmente, não tem nada.


Questiono: se é para ser inclusivo, por que os alunos com desenvolvimento atípico, ou especiais, devem ter sala especial para seu aprendizado? Por que não incluir profissionais devidamente capacitados na sala de aula, ao invés de retirar o aluno para que aprenda em uma “Sala de Recurso”.


Numa perspectiva de Educação moderna e inclusiva, é preciso ser um agente público inovador, vanguardista para mergulhar no fantástico mundo da equidade educacional. 


Sendo assim, a aprendizagem deve acontecer com profissionais que se formem e apresentem currículos com disciplinas que atentem às diferentes formas de assimilação das diversas matérias nos diferentes níveis de aprendizado do aluno.


É difícil? Claro que sim. Ninguém disse que seria fácil. Mas é diferente, é humano, é agregador, enfim, é inclusivo.


Deve ser muito triste para os pais de alunos especiais, ver seus filhos serem retirados das salas de aula “normais” e introduzidos em salas “perfeitas” ao seu aprendizado, tirando desses alunos o que há de mais precioso nessa fase: a formação de memória. 


Então, para aqueles pais que têm filhos com desenvolvimento atípico, deixamos nossa solidariedade e nossas portas abertas para qualquer apoio que seja necessário.





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5 comentários


João Victor Padilha de Oliveira

27/02/2024 - 17:38:15

Eu acho o cúmulo do descaso acontecer isso nas escolas que são os espaços de educação de crianças e adolescentes, até mesmo adultos. É um verdadeiro descaso e omissão/desvio de verba pública para outros setores. É por essas e outras que eu desanimo seguir minha carreira como professor... É absurdo!


Ariane

24/02/2024 - 16:35:49

Stherson me desculpe,mas acredito que a repórter vez muito bem as suas colocações,não sei se onde vc mora tem essa sala de recurso em contra turno ,pq onde a minha filha estudo isso não funciona


Stherson

24/02/2024 - 11:35:45

A sala de recurso é para o aluno alvo frequentar em contra turno. Ptoblemas todas as redes apresentam no início dos anos letivos, incluso a estadual que ter a chamada de profissionais dia26/02. Lamentável um "repórter fazer matéria opinativa sem ter conhecimento maior e ter a palavra final.


Ariane

23/02/2024 - 18:53:48

Triste e que nem essa sala de recurso integral não existe em santa cruz ,pelo menos na EMEF nova santa cruz , inclusive minha filha nunca participou em tempo integral,e quando teve um reforço era tirada da sala de aula e perdia o conteúdo da sala pra tentar ser alfabetizada no 4 ano


Nathalie

23/02/2024 - 18:50:12

Mentirosa meu filho autista moderado não verbal sem auxiliar está em casa perdendo o primeiro ano, aonde ele aprenderia as primeiras palavras


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