A população precisava soltar a voz e apontar os problemas vividos diariamente com o transporte público de Aracruz. E foi durante a audiência pública realizada nesta quarta-feira (13 de março), na Câmara Municipal, que a sociedade civil conseguiu espaço para expor suas reivindicações e reclamações. Todos os cidadãos que ocuparam a tribuna da Casa de Leis pediram a revogação do decreto que aumentou a tarifa do transporte coletivo no município.
Embora o espaço estivesse aberto para todos, o prefeito Jones Cavaglieri não compareceu. Porém, o Executivo esteve representado pelo secretário de Transportes e Serviços Urbanos, Paulo Neres, que também preside o Conselho Municipal de Trânsito e Transportes (COMTRAT).
A audiência pública teve início com 30 minutos de atraso, mas todos os inscritos tiveram seu tempo respeitado e apontaram os principais problemas do setor.
Foi o aumento de 8,73% na tarifa dos ônibus que gerou toda a polêmica que culminou na realização da audiência pública. A tarifa reajustada passou a vigorar a partir do início de fevereiro. Desde então, a população tem se reunido, se manifestado e panfletado sobre o assunto.
Também foi criado o Movimento #NossaAracruz, que tem por objetivo discutir os problemas da cidade. E todas as discussões começaram pelo transporte.
Thalismar Mathias Gonçalves salientou que o poder público deve garantir condições de acessibilidade e infraestrutura de transporte com qualidade. Em sua exposição ele salientou a necessidade da revogação do aumento da tarifa e que esta seja mais acessível à população.
Rhayrane Pedroni apontou que o aumento do preço das passagens foi abusivo.
“O empresário acha que transporte público é mercadoria. O aumento foi de 8,73%, enquanto o índice de inflação medido pelo IPCA foi de 3,59%, ou seja, esse aumento foi abusivo e desrespeitoso”, criticou ela.
Herval Nogueira Júnior apontou uma falha no processo de concessão do aumento.
“Como colocam duas empresas no Conselho ocupando vaga que poderia ser da sociedade? É sambar na cara do trabalhador. Quem concede o aumento é o prefeito. O COMTRAT é consultivo e não deliberativo. Não é um conselho democrático. O Executivo escolhe os representantes da sociedade civil”, destacou Herval.
Representante da população indígena, Wellington Moura, afirmou que é necessário exigir a qualidade no serviço de transporte público.
“Temos problema de ônibus que pegam fogo, ônibus com horários desregulados. E nós pagamos por isso. O povo tupiniquim exige que se revogue esse aumento”, declarou ele.
Os representantes das empresas também ocuparam a tribuna para defender o aumento da tarifa. A empresa Cordial foi representada por Carlos Fernando Vieira, enquanto a Expresso Aracruz foi representada por Ortêmio Locatelli.
“Precisamos estreitar nosso relacionamento. Não temos a intenção de tratar mal o nosso cliente. Para chegar ao valor da tarifa temos um conjunto de custos para colocar o transporte em operação”, defendeu Carlos Fernando.
“Transportamos 370 mil pessoas por mês. Dessas, 303 mil pessoas são pagantes. O custo dos 70 mil usuários está sendo rateado entre os pagantes. São 50 mil créditos dos estudantes. São 25 mil que pagam”, explicou Ortêmio.
O secretário Paulo Neres também usou a tribuna para dizer que é necessário abrir o diálogo com o Movimento #NossaAracruz.
“Estou aberto ao diálogo. Vamos reduzir essa tarifa da maneira correta. Nós estamos do mesmo lado. Vamos conseguir reduzir”, assinalou o secretário de Transportes e Serviços Urbanos de Aracruz.
Tenho um projeto em mãos viabilizando toda sociedade aracrusence, até para quem precisa trabalhar em vitoria ou linhares! Estou aguardando respostas de vocês sobre o projeto que o povo e nossas lideranças vão gostar da proposta.
Concordo com vc plenamente Weliton,é um absurdo,as passagens mais caras são as nossas de Santa Rosa a Aracruz...não tem condição uma coisa dessa,sendo que o transporte que colocam pra nós não tem nem um conforto só vive quebrando é pegando fogo ...já chegou a hora de darmos um basta nisso.
"É impressionante que na Grande Vitória com o Transcol roda Vitória inteira por R$3,50 enquanto aqui pagamos este absurdo, por isso pedimos aos vereadores que abram uma CPI do transporte público para descobrirmos o porque não podemos ter mais de uma empresa ofertando este serviço e outras barbáries
Quanto de dinheiro da passagem vai para o fundo do PPA? Pode começar por ele.