“Este é o terceiro ônibus da Expresso que pega fogo em uma semana”. Em tom de preocupação e de revolta, usuários de transporte de Aracruz publicaram fotos em suas redes sociais e em grupos nesta terça-feira (9 de julho) mostrando as condições dos ônibus que transportam diariamente a população do município.
A CPI do Transporte, presidida pelo vereador Alcântaro Filho e relatada pelo vereador Celson Silva Dias, tem ouvido diversas autoridades e população.
“Já ouvimos depoimentos dos representantes das empresas, secretário de Transporte, fiscal do contrato, da presidente de Itaparica e representante popular no COMTRAT (Liceliana Souza), e uma representante do Sauê. Estamos colhendo provas importantes e depoimentos cruciais para buscarmos uma solução para o transporte”, explicou o vereador Alcântaro.
Nesta quarta-feira (10 de julho), a Comissão Parlamentar de Inquérito se reúne para analisar mais documentos e ouvir mais pessoas.
“Solicitamos os contratos, relatórios de fiscalização, relação de multas aplicadas pela Prefeitura de Aracruz e pela Polícia, relatórios de manutenção e de qualidade e diversos outros documentos”, informou o parlamentar.
Em abril deste ano, aconteceram várias manifestações em que parte da população que exigia melhoria na qualidade do transporte apoiou o movimento, enquanto outra parte exigiu que houvesse uma solução para o problema sem a interrupção de vias importantes do município.
Por fim, a Prefeitura de Aracruz teria acionado a Justiça para que houvesse uma punição monetária dos representantes do Movimento #NossaAracruz. A multa a ser aplicada seria de R$ 50 mil para o representante que interrompesse alguma via.
Nesta tarde, a reportagem da Voz do Piraqueaçu procurou o diretor da Expresso Aracruz, Ortêmio Locatelli, para falar sobre o assunto. Ele informou que nesta quarta-feira enviará uma nota oficial da empresa.
A Prefeitura de Aracruz também foi procurada, por meio da Secretaria de Comunicação, para informar sobre o andamento do procedimento de caducidade, mas não enviou nota explicativa.
ENTENDA O PROBLEMA DO TRANSPORTE EM ARACRUZ
- Em julho de 2018, a Prefeitura divulgou em seu site oficial que existe um Procedimento de Caducidade contra a empresa Expresso Aracruz, exigindo que a mesma melhore a qualidade do serviço prestado, sob pena de rescisão contratual;
- Em janeiro, o Conselho Municipal de Trânsito e Transporte (COMTRAT) se reuniu e aprovou o reajuste da tarifa em 8,73%. Apenas o Conselho Popular de Aracruz (CONSPAR) votou contra o aumento;
- O Movimento #NossaAracruz foi criado para discutir os problemas do transporte público enfrentados pela população;
- O Movimento #NossaAracruz explica que o COMTRAT não é deliberativo (não tem poder de decisão) e aponta que o único responsável pelo aumento é o prefeito;
- A tarifa urbana subiu de R$ 2,90 para R$ 3,15. Já a tarifa dos ônibus que circulam nos distritos variam bastante. Na Orla de Aracruz, a população chega a pagar uma passagem de até R$ 12,00 até a Sede, dependendo do local de embarque;
- Uma audiência pública na Câmara Municipal foi realizada em março. Lideranças do Movimento #NossaAracruz, empresários, usuários, secretário de Transportes e Serviços Urbanos e vereadores manifestaram suas opiniões sobre o assunto;
- A Câmara Municipal instalou a Comissão Parlamentar de Inquérito para apurar as denúncias sobre o transporte público do município. Participam da CPI os vereadores Alcântaro Filho, Carlinhos do Josiel, Celson Silva Dias, Dileuza Del Caro e Marcelo Nena;
- Movimento #NossaAracruz promove uma série de reuniões com moradores de diversos bairros da Orla;
- Usuários de transporte público bloqueiam rodovias e entrada de empresas de ônibus para exigir melhorias no setor;
- A CPI do Transporte passa a ouvir lideranças comunitárias, agentes públicos e empresários.
Muito triste a vida de quem trafega nesses onibus sucatiados