A pergunta ficou espalhada no ar. Como são tratados os servidores que lidam diretamente com os mortos no município de Aracruz? A resposta é: depende. Se o coveiro for da Sede do município, ele contará com a proteção total. Já se ele está lotado em algum cemitério da Orla, a conversa muda de figura.
Isto ficou nítido na postagem do filho de um coveiro de Santa Cruz, que cobrou da Administração o mínimo de respeito ao seu pai, que além de ser idoso, pois está acima de 60 anos, também é hipertenso, ou seja, encontra-se no grupo de risco do novo coronavírus.
Em uma foto colocada em sua rede social, o coveiro de Santa Cruz encontra-se com uma máscara e botas, mas sem macacão adequado e sem luvas, deixando à mostra a falta de zelo do Município para com seu servidor em um momento de pandemia.
Já na outra foto, postada por uma advogada de Aracruz, e que mostra o sepultamento da idosa que morreu vítima da Covid-19, é nítido que os coveiros estão totalmente protegidos com seus Equipamentos de Proteção Individual (EPIs).
Na postagem do filho do coveiro de Santa Cruz, ele cobrou um posicionamento de alguns vereadores que foram eleitos na Orla.
A vereadora Dileuza Marins Del Caro informou que irá protocolar um requerimento pedindo informações sobre o que foi denunciado pelo filho do coveiro de Santa Cruz.
Ela disse que procurou o secretário de Transporte e Serviços Urbanos, João Paulo Calixto da Silva, a secretária de Saúde, Clenir Sani Avanza, e o secretário de Administração, Luciano Forrechi, e o prefeito Jones Cavaglieri para cobrar informações sobre o EPI que deve ser fornecido aos coveiros do município.
“Em relação aos EPIs, a portaria da Sesa (Secretaria de Estado da Saúde) obriga o uso apenas para casos de Covid, e, nesse caso, como foi o sepultamento de ontem, cumprimos com todos os protocolos necessários. Como o próprio munícipe mencionou, o caso destacado se trata de morte por causa natural. Não há necessidade/obrigatoriedade sobre o uso de EPI especial”, respondeu o secretário interino de Transportes e Serviços Urbanos, João Paulo Calixto da Silva, à interpelação feita pela vereadora Dileuza.
Mas a parlamentar discorda do secretário. A explicação para que todos utilizem EPIs é simples. Existem pessoas que estão morrendo por alguma síndrome respiratória, mas não têm confirmação de Covid-19.
“As pessoas são enterradas antes de saber o resultado, se positivo ou não, o que significa que os coveiros estão expostos a algum contágio. A confirmação da morte pelo vírus poderá acontecer posteriormente”, explicou uma assessora da vereadora Dileuza.
Além disso, a parlamentar também quer saber sobre o número de coveiros que Aracruz possui, quantos estão de plantão e quantos estão de férias, entre outros questionamentos.
Boa tarde precisa ser apurado concordo com a vereadora.