Em plenária realizada na noite desta segunda-feira (28 de setembro) e que contou com a participação de mais de 600 professores, foi discutido o retorno às aulas presenciais na rede pública de ensino do Espírito Santo. O encontro virtual foi organizado pelos Coletivos Educação pela Base e Educadores pelo Socialismo e pela PAD-Vix (Professoras (es) Associadas (os) pela Democracia em Vitória-ES.
Durante as discussões foram deliberados alguns pontos importantes no que tange à pretensão do Governo do Estado de dar início às aulas presenciais. Entre elas, há o indicativo de greve da categoria, além de plenárias regionais e ações judiciais.
Os professores alegam que existe, por parte do Governo do Estado, a “política de morte”.
Como as discussões reuniram um número grande de professores, foi necessário migrar de uma plataforma para outra algumas vezes durante a plenária para que as discussões prosseguissem.
“O grande número de participantes superou todas as expectativas, extrapolando o limite das principais plataformas virtuais. A plenária contou com a participação simultânea de mais de 600 profissionais de diversas redes de ensino do ES. Foi necessário migrar do Jitsi Meet para as plataformas Google Meet e Zoom Meeting. Isso demonstra a vontade da categoria de se expressar e ser ouvida, e que há uma grande insatisfação tanto com os governos quanto com a direção sindical”, avaliaram os coletivos.
O secretário de Estado da Educação, Vitor de Angelo, explicou que o retorno presencial de alunos contará com um “modelo híbrido”.
“Voltaremos por etapa, começando pelo Ensino Médio, seguido pelo Fundamental 2 e, por último Fundamental 1, com intervalo de 15 dias entre uma etapa e outra, após a data de retorno de cada etapa. Faremos isso em regime de revezamento e seguindo todo o protocolo que a Portaria Conjunta SESA/SEDU traz”, defendeu de Angelo.
As aglomerações em praias e bares em todo o Estado já fez com que o governador Renato Casagrande comece a falar novamente em medidas restritivas de combate ao coronavírus. Ele afirma que a taxa de transmissão da Covid-19 voltou a subir no Espírito Santo, o que poderá contribuir com restrições de atividades econômicas e sociais.
Casagrande afirmou que poderá restringir tais atividades em caso de aumento no número de mortes pela doença.
Para o deputado Sergio Majeski, que segue firme nas críticas ao governo no que tange ao retorno das aulas, retomar as aulas presenciais será um risco. O parlamentar, que também é mestre em Educação pela Ufes, atuou em sala de aula por mais de 30 anos e sabe bem do que está falando.
“Quem já trabalhou dentro de uma escola sabe que não dá pra se comparar com um shopping ou supermercado. Os professores não vão dar conta de controlar as crianças. Se as autoridades não estão conseguindo fazer os adultos cumprirem as regras, imagine com as crianças”, questionou o deputado estadual.
Outro fator levantado por Majeski e que deve ser levado em consideração é sobre os profissionais que estão em grupo de risco e as crianças contaminadas que são assintomáticas.
“Quando morrer o primeiro aluno ou o primeiro professor, quem será responsável por isso?”, indagou Majeski.
ENCAMINHAMENTOS DA PLENÁRIA VIRTUAL
- Manifestação dos Conselhos de Escola
- Manifestação dos Conselhos Municipais e do Conselho Estadual de Educação (moção/parecer);
- Ações Judiciais;
- Plenárias Regionais;
- Campanha junto aos demais segmentos da Comunidade Escolar;
- Indicativo de Greve;
- Ato das representações dos Coletivos em frente ao Sindiupes exigindo a realização de Assembleias.
- Campanha nas redes sociais sensibilizando as famílias acerca da política de Morte;
- Campanha para fazer pressão na direção do Sindicato, Vereadores e Deputados Estaduais;
- Carreata.
ASSINATURAS DA PLENÁRIA
- Coletivo Educação pela Base;
- Coletivo Educadores pelo Socialismo;
- PAD-Vix - Professoras(es) Associadas(os) pela Democracia em Vitória - ES.