Técnicos da Cesan participaram de duas reuniões nesta terça-feira (8 de dezembro) nas comunidades de Praia do Sauê e de Santa Cruz para explicar o problema de falta d’água que ocorreu nos últimos dias na região. 

Na primeira reunião, ocorrida no final da manhã, os técnicos disseram que não saberiam falar detalhadamente sobre a rede do Sauê, o que gerou uma insatisfação por parte dos moradores que compareceram ao encontro.

“Só foi importante a reunião porque eles perceberam a força da comunidade. O engenheiro disse que não conhecia o sistema do Sauê. Como eles vêm para uma reunião com a comunidade e não trazem mapa, nada… A reunião foi marcada com técnicos mais de 24 horas antes, mas chegaram aqui sem preparação alguma”, reclamou a moradora Suely Abrantes.

Embora contrariada com a falta de preparação da equipe da empresa que foi para a reunião no Sauê, Suely disse que, pelo menos, a Cesan não deverá suspender o abastecimento sem aviso prévio.

“A única coisa que prometeram a nós é que não vai mais faltar água sem aviso prévio. E nós deixamos claro para eles que se faltasse (água) sem aviso, sem programação, a gente fecharia a ES-010. Eles deram um monte de explicações que nós não engolimos. Disseram que o SAAE deixou a rede sucateada, bombas com defeito, canos entupidos, que queimou uma bomba da ETA (Estação de Tratamento de Água). Moro há quatro anos aqui e o SAAE, com tudo sucateado, e nunca faltou água”, questionou ela.

Quando morava em Vitória, Suely sempre foi uma voz atuante na cobrança à Cesan e, agora morando em Aracruz, sua luta continua.

“Eu disse para eles… Vocês me perdoem, mas vocês vieram aqui para fazer hora. Deixamos claro para eles que nós sabemos exatamente o lobby que foi feito com a Câmara. A Cesan está vindo para cá por causa da infraestrutura. Não é para servir a comunidade, é para servir os grandes empresários”, diagnosticou a moradora Suely Abrantes. 

O desabafo da moradora dizia respeito aos grandes empreendimentos que estão programados para Aracruz e que ainda dependem de uma série de estudos, inclusive ambientais.

“A reunião só foi boa porque eles entenderam que não podem brincar com a gente”, relatou a moradora da Praia do Sauê.

SANTA CRUZ

Na segunda reunião realizada, já no início da tarde, com a comunidade de Santa Cruz, os representantes da Cesan explicaram que a falta de água é resultado da colocação de 11 quilômetros de tubulação entre Praia Grande, em Fundão, e que a rede irá abastecer Rio Preto, Itaparica, São Francisco e Santa Cruz, em Aracruz.

E que o problema da falta d’água no final de semana foi gerado por um entupimento na rede causado por uma garrafa pet.