Como diz o dito popular “rei morto, rei posto”. Assim que apagaram-se as luzes da gestão Jones Cavaglieri, elogiada por muitos e odiada por vários, a Prefeitura de Aracruz, sob a batuta do médico Dr. Coutinho, retomou sua conversa de pé de ouvido com a Fundação Hospital Maternidade São Camilo. E o contrato que ainda teria resistido ao montante de R$ 12 milhões mais que dobrou. E o município de Aracruz fará um repasse em torno de R$ 26 milhões para a instituição.
Paralelo a isto, a atual gestão deixou de lado o projeto/sonho da população da Orla do município de ter um hospital para chamar de seu. O Hospital de Pequeno Porte (HPP) que chegou a ter suas instalações inauguradas pelo ex-prefeito voltou a pertencer ao mundo dos sonhos.
Mas, de nada vale alguns colocarem a questão do repasse de 119% ao hospital como sendo algo exorbitante, quando um dos atores nesse processo concorda em 100% com o contrato. Isso mesmo! O Conselho Municipal de Saúde deu sinal verde para que a Administração batesse o martelo quanto ao contrato com o Hospital São Camilo.
O presidente do Conselho, Herval Nogueira Júnior, confirmou que, embora ele mesmo fosse contrário ao contrato, os membros com direito a voto sinalizaram positivamente para que o negócio fosse fechado.
“Eu não concordo com esse aumento de quase 120% para o São Camilo, mas regimentalmente, o presidente do Conselho Municipal de Saúde não tem direito a voto”, esclareceu Herval.
Mas o problema da saúde passa também pela não continuidade do funcionamento do Hospital de Pequeno Porte (HPP), da Barra do Riacho, que chegou a ser inaugurado pela gestão anterior.
Quanto à questão do HPP, Herval Nogueira lamentou que materiais estejam ao relento para deteriorar e inutilizar o que poderia servir no hospital da Barra do Riacho.
“É dinheiro nosso que está deteriorando na chuva. Então, fomos lá para colocar uma cobertura e evitar que o gerador seja perdido”, contou o presidente do Conselho Municipal de Saúde.
Outro problema está relacionado ao que acontece dentro da UPA do bairro Vila Rica também foi alvo de reclamações de usuários do SUS. Falta de copos descartáveis e até álcool em gel foram alguns dos problemas detectados.
A ex-secretária de Saúde Clenir Avanza foi procurada pela reportagem da Voz do Piraqueaçu para que expusesse qual teriam sido as condições que deixara a sua pasta. Ela garantiu que seu sucessor contasse com uma verba em torno de R$ 5 milhões em caixa.
“Deixamos a Secretaria (de Saúde) saneada. Temos documentos, números, fatos e o Portal da Transparência da Prefeitura de Aracruz para provar. Não é o discurso de destrambelhados que vai cobrir os atos temerários na gestão da saúde. E não será o discurso de meia dúzia que vai desconstruir o que foi feito na gestão anterior”, assinalou Clenir Avanza.
No final do documento de sua prestação de contas, Clenir Avanza destaca que o “orçamento e finanças estavam organizados, sem dívidas e com um superávit de R$ 5.739.000,00 na conta do Fundo Municipal de Saúde para ser usado em ações da saúde”. Quanto à situação jurídica, a ex-secretária destaca que não há “nenhum Termo de Ajuste de Conduta - TAC, assinado ou proposto pelo MP (Ministério Público). Todas as demandas e ordens judiciais respondidas e atendidas”.
A Prefeitura de Aracruz, por meio de sua Secretaria de Comunicação, enviou a resposta às perguntas enviadas pela reportagem da Voz do Piraqueaçu.
Em relação à situação da UPA 24 horas do bairro Vila Rica, não houve resposta ao questionamento.
NOTA DA PREFEITURA DE ARACRUZ
“Resposta da Prefeitura de Aracruz
A Secretaria de Saúde esclarece que o Termo de Fomento com a Fundação Hospital Maternidade São Camilo (FHMSC) que era de R$17.711.883,88 por ano foi reajustado para R$26.456.351,04 ano.
Este valor está atrelado ao novo plano de trabalho, metas qualitativas e quantitativas, entre elas: cirurgias eletivas gerais, ortopédicas, internações clínicas e UTIs
Ginecologia e obstetrícia. Atendimento de emergência em especialidades.
A secretaria informa ainda que a FHMSC só receberá o recurso conforme plano de trabalho executado.
Em relação ao Hospital de Pequeno Porte (HPP) da Barra do Riacho, a Secretaria de Saúde já encaminhou a Controladoria Municipal um levantamento com os relatórios da Vigilância Sanitária e da Secretaria de Obras, além de todos os processos de compras de equipamentos e insumos para o HPP, para que sejam tomadas as providências cabíveis.”
DIFERENÇA DE VALORES CITADOS EM CONTRATO
Pelo contrato realizado pela gestão anterior, o repasse ao hospital seria de R$ 12.739.633,12. Mas a antiga administração precisou corrigir os valores por conta da inclusão do atendimento da UTI, o que elevou o contrato para R$ 17.505.917,88. Seu término ocorreu no dia 31 de janeiro de 2021.
Meus parabens a reportagem,o povo pode ate sofrer mas tem a ferramenta para mudar seu destino,essa ferramenta se chama "informaçao"