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Sessão antes do recesso parlamentar tem Tribuna Livre e críticas à saúde e ao transporte de Aracruz

Publicada em 13/07/21 às 18:00h - 1100 visualizações

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Sessão antes do recesso parlamentar tem Tribuna Livre e críticas à saúde e ao transporte de Aracruz
Professora Leilany Santos Moreira expôs sua opinião sobre a saúde e a educação de Aracruz  (Foto: Divulgação - Youtube)

Sessão antes do recesso parlamentar tem Tribuna Livre e críticas à saúde e ao transporte de Aracruz, além de falas preconceituosas de alguns vereadores


Até o dia 2 de agosto, data de retorno do recesso parlamentar, os vereadores de Aracruz devem ter muito o que pensar. Ao final da 22ª Sessão Ordinária, realizada nesta segunda-feira (12 de julho), o espaço foi reservado para a Tribuna Livre, onde os munícipes têm a oportunidade de expor suas críticas, sugestões e anseios, perante seus representantes.


Embora o objetivo da Tribuna Livre seja a exposição de ideias oriundas dos cidadãos comuns, nem todos os nobres edis entenderam desta forma. Houve, inclusive, vereador que faltou com a gentileza para com uma cidadã, expositora presente no encontro.


A professora Leilany Santos Moreira, que também preside o Psol de Aracruz, além de ser membro do Coletivo de Mulheres Dona Astrogilda e militante de outros coletivos, como se apresentou, fez uma análise dos seis primeiros meses da gestão do Dr. Coutinho (Cidadania) e não poupou críticas à administração e ao parlamento. As áreas mais observadas pela cidadã foram a saúde e a educação.


“Na saúde, presenciamos muitos desmontes, inclusive o desmonte do HPP de Barra do Riacho sem que houvesse uma justificativa realmente convincente, os altos repasses ao Hospital São Camilo, sem que a população tenha usufruído destes investimentos, a falta de testagem em massa da população associada ao negacionismo e à má gestão na aplicação das vacinas fez com que o número de contágio e de mortes por covid-19 aumentasse abundantemente nos primeiros meses de gestão”, criticou Leilany.


Já na educação, a professora apontou a rejeição à proposta de aquisição de equipamentos de informática novos, de forma a atender o novo momento do ensino em que as aulas devem ser online e também presenciais.


“A falta de investimento em tecnologia da educação e novamente o negacionismo da covid aumentaram ainda mais a distância entre alunos e aprendizagem. Demorou-se a fazer a entrega das cestas de merenda, ignorando a fome que assola as famílias em tempos de desemprego”, indicou a professora.


Apesar de demonstrar as diferenças ideológicas que têm com a professora, os vereadores Adriana Guimarães (Republicanos), Roberto Rangel (Podemos) e Jean Pedrini (Cidadania) mantiveram o respeito às opiniões divergentes e discorreram os temas demonstrando com dados que não concordavam com a cidadã que havia subido à tribuna. 


Já o vereador Alexandre Manhães (Republicanos), de forma diferente, iniciou sua defesa de posição de forma nada respeitosa. E durante os dois minutos que lhe cabiam, desfilou palavras ofensivas à professora e até mesmo questionando a cidadã que ocupou a tribuna, como se ela não tivesse direito a tal exposição de ideias.


“Quero repudiar seu início de fala quando você usa uma expressão de linguagem neutra, que é condenada nesta cidade, que você usa de ideologia de gênero. Nós respeitamos, mas não aceitamos em nossas escolas e vamos fazer o possível para poder evitar esse tipo de “berração (sic)” em nossas escolas. É uma afronta à família brasileira, respeito vocês, mas isso é uma afronta”.


E o vereador continuou criticando o discurso da presidente do Psol Aracruz.


“Você começou, infelizmente, muito mal. Você veio falar dessa Casa, veio falar do Executivo, você não está acompanhando a cidade. Você não está acompanhando o trabalho dos 17 vereadores, mais os secretários e o Executivo que estão trabalhando, se empenhando para que possamos fazer uma cidade melhor. Poderia ter vindo aqui para dar sugestões para melhoria da nossa cidade. Mas, como faz o seu partido, ela vem muito no substantivo da sua fala. Só fez crítica e sem sugestão e sem fundamento nenhum. 


Como se não faltasse mais nada, Manhães ainda se comportou de forma preconceituosa ao chamar a atenção dos outros vereadores para ver “que tipo de pessoa sobe à tribuna”.


“Espero que os colegas possam enxergar que tipo de pessoa que sobe a essa tribuna para poder criticar e denegrir a imagem dos colegas que estão aqui com afinco trabalhando em suas comunidades. Estamos acompanhando aqui todos os vereadores. Ninguém aqui está fazendo papel. Muito pelo contrário. O prefeito está empenhado, a covid está aí”. 


TRANSPORTE 


O outro cidadão a discursar na Tribuna Livre foi Julio Cezar Florentino Perini, servidor público, que ocupa uma cadeira de conselheiro do Conselho Municipal de Trânsito e Transporte (COMTRAT), representando o Sindicato dos Servidores Municipais de Aracruz (Sisma).


Ele expôs o problema de transporte público vivido diariamente pela população do município e sugeriu a integração de Aracruz ao Sistema Transcol. Júlio saiu da Casa de Leis com o compromisso dos vereadores Lula (DC), Etienne Coutinho (Cidadania) e Adriana Guimarães de que irão buscar apoio do governador Renato Casagrande (PSB) e do presidente da Assembleia Legislativa, Erick Musso (Republicanos).


Exceção apenas foi o líder do governo, vereador Jean Pedrini, que afirmou que o Transcol poderá levar problemas para a Orla de Aracruz.


“Muito me preocupa, como morador da Orla, se o município, ou a Orla, vai sofrer uma degradação com essa facilitação de toda essa população vinda dos municípios da Grande Vitória também para a região da Orla. Será que estamos preparados para receber toda essa população que virá, principalmente nos finais de semana e verão? Temos que fazer essa reflexão. Às vezes a gente quer fazer um trabalho para melhorar o acesso da população e vai trazer outros problemas muito maiores para a Orla do município”, considerou o parlamentar.


NOSSA OPINIÃO


A sessão que antecedeu o início do recesso parlamentar em Aracruz deixou um sabor amargo na boca de quem assistiu à Tribuna Livre. 


Ser a favor ou contra determinado assunto não dá o direito ao desrespeito a qualquer pessoa, principalmente, quando o desrespeitado é um convidado em sua casa. Princípio básico que se aprende quando crescemos sadiamente em nossas famílias.


Mas, parece que o preconceito foi algo marcante no apagar das luzes da Câmara, antes do início do recesso parlamentar.


Além da forma deselegante como o vereador Alexandre Manhães se dirigiu à professora e presidente do Psol Aracruz, o vereador Jean Pedrini se manifestou “preocupado” com a possibilidade de ter Transcol na Orla do município. 


Ao dizer que a chegada do Sistema Transcol na Orla de Aracruz poderia levar problemas para a cidade, Pedrini deixou subentendido que haverá problema social com a chegada de pessoas de outros municípios da Grande Vitória.


Ele quis defender o posicionamento de uma pequena parcela de moradores da Orla, que acredita que os ônibus das linhas de integração supostamente aumentariam o volume de furtos e roubos na região.


Vale lembrar que o vereador levantou uma bandeira que é defendida, inicialmente, por turistas que possuem casas nos balneários e as ocupam durante, no máximo, três meses. E ele esqueceu que representa a grande maioria da população, que sofre com a má qualidade dos coletivos, as altas tarifas e os horários nada democráticos dos circulares durante os outros nove meses do ano.


Quanto ao discurso do vereador Alexandre Manhães, o que temos a dizer é que o senhor, Excelentíssimo Edil, representa não apenas as 944 pessoas que digitaram seus votos no número 10.100. Vossa Excelência representa as 103.101 pessoas que moram no município. 


Então, dispa-se de seus preconceitos e represente verdadeiramente toda a linda população de Aracruz. Somos mulheres, homens, gays, idosos, jovens, adultos, indígenas, negros, brancos, enfim, somos pessoas que pagam impostos e, de forma última, que pagam seus salários. 


Quando o vereador Manhães diz “que tipo de pessoa que sobe a essa tribuna”, ele deixa clara sua carga preconceituosa, além de abrir um perigoso precedente de que apenas aquelas pessoas que estão alinhadas com seu pensamento é que terão oportunidade de subir à tribuna e emitir sua opinião. 


É bom lembrar que vivemos em um país livre, democrático e cidadão!



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4 comentários


Rosiani Da Costa Vieira

14/07/2021 - 21:48:02

Ainda bem que existe uma luz no fim do túnel em relação ao Transcol,espero que os Srs vereadores (a) realmente tomem as devidas providências cabíveis porque está vergonhoso o transporte no nosso município, tanto em relação a Expresso Aracruz como tbm a Águia Branca que resolveu tirar os cobradores e quem paga o pato como sempre somos nós a população, porque temos que suportar atrasos de quase uma hora no ponto de ônibus porque o motorista tem que fazer todo o trabalho. Por isso espero que finalmente o Transcol chegue o mais rápido possível para que a população tenha um pouco de dignidade.


Jean Pedrini

14/07/2021 - 08:56:31

Infelizmente a nobre "jornalista" emite juízo de valor sobre minha fala sem se ao menos se preocupar em me ouvir , me taxa de preconceituoso , um jornalismo sério antes de emitir opinião deve ouvir a outra parte .


Wallace

13/07/2021 - 19:14:32

Não vi nenhum tipo de preconceito na fala do vereador Manhães. Sua defesa é legítima em favor de princípios Conservadores em defesa da família. Quanto a fala do vereador Pedrini, fora do anseio dos moradores da Orla de Aracruz. Aliás, na ansia de representar a administração, esse perdeu o foco nos interesses que defenderia caso não estivesse no cargo de vereador.


Augusto Mustafá

13/07/2021 - 18:37:31

Esses vereadores estão todos no bolso do prefeito. Defendem como cães o líder do executivo, não tem interesse algum de defender os direitos dos cidadãos. Bando de víboras!


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