No retorno dos trabalhos dos vereadores da Câmara de Aracruz, na última segunda-feira (2 de agosto), o Coletivo de Mulheres Dona Astrogilda e o Coletivo LARES Aracruz levantaram suas bandeiras e se manifestaram demonstrando sua indignação contra a violência política de gênero frisada novamente em discurso do vereador Alexandre Manhães (Republicanos).
Com cartazes com as frases “Não à violência política de gênero”, “Eu sou do tipo que posso falar na Tribuna Livre: Sou Mulher Negra” e “A Tribuna Livre é Nossa”, os manifestantes deixaram clara sua indignação às manifestações dos vereadores que não gostaram e atacaram a professora Leilany Santos Moreira que iniciou seu discurso na Tribuna Livre do dia 12 de julho, data de início do recesso legislativo, previsto na Constituição Federal.
Com cartazes manifestantes expõem indignação com postura de vereador
No apagar das luzes legislativas antes do recesso, a professora Leilany iniciou o discurso dando um “boa noite a todos, todas e todes”, o que foi suficiente para que vários vereadores criticassem o neologismo utilizado por ela.
Porém, foi o discurso do vereador Alexandre Manhães que expôs sua face nada republicana.
“Quero repudiar seu início de fala quando você usa uma expressão de linguagem neutra, que é condenada nesta cidade, que você usa de ideologia de gênero. Nós respeitamos, mas não aceitamos em nossas escolas e vamos fazer o possível para poder evitar esse tipo de “berração (sic)” em nossas escolas [...]. Espero que os colegas possam enxergar que tipo de pessoa que sobe a essa tribuna para poder criticar e denegrir a imagem dos colegas que estão aqui com afinco trabalhando em suas comunidades”.
No discurso da última segunda-feira, Manhães não repetiu as palavras segregatórias, mas continuou com seu posicionamento anterior de não aceitação da diversidade,
“Dizer mais uma vez que pessoas da esquerda, me desculpe o vereador Vilson, sei que o senhor tem bom coração. Volto a dizer que respeito a todos os pensamentos contrários, mas não posso admitir que a família tradicional seja desconstruída, desrespeitada e desmerecida. Muito menos nossas crianças sejam doutrinadas. Vou continuar lutando sempre para que os valores sejam sempre respeitados em nossa cidade”, disse o parlamentar em um trecho de seu discurso.
Embora sem espaço para discurso, os coletivos deixaram claro seu entendimento sobre o assunto, utilizando cartazes.
As redes sociais também foram utilizadas para expor seu posicionamento.
NOTA DO COLETIVO LARES
“Hoje o coletivo LARES Aracruz esteve presente no ato em solidariedade aos ataques machistas e racistas sofridos pela companheira de luta Leilany Moreira. Estamos juntes Guerreira! Aproveitamos também para visibilizar o coletivo LARES para os vereadores, a fim de que eles saibam que aqui estamos organizados e que vamos pressionar por políticas públicas para nossa comunidade. Viemos também repudiar as falas LGBTfobicas que ocorrem na Câmara, inclusive com a tramitação de um projeto de lei que proíbe linguagem neutra na escola, de autoria do vereador fundamentalista religioso Alexandre Manhães (que não por acaso frequenta a igreja evangélica PIBARA). Este mesmo vereador nos acusa de doutrinar as crianças para que todas virem lgbts, de destruir a família tradicional brasileira e nos chama de aberração. O ato de hoje é pra dizer que estamos fortes na luta por nossos direitos e pelo fim da discriminação LGBTQIA+, que agora, é lei Federal”, disse a nota do Coletivo LARES Aracruz em suas redes sociais."
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