Passou vergonha no crédito e no débito. O arquiteto Thiago Noah Cerri Peleias esteve presente na Câmara de Aracruz, na última segunda-feira (3 de julho), quando foi realizada a 109ª Sessão Ordinária, e passou o constrangimento de ter sua homenagem negada pela maioria dos vereadores. A autora do projeto para homenagear o profissional com o Prêmio “Destaque Homens Aracruzenses” foi a vereadora Etienne Coutinho Musso (Cidadania).
Autor do projeto doado para a APAE - Aracruz, no valor de R$ 12 mil, Thiago Noah chamou a atenção da vereadora Etienne Coutinho Musso que se sensibilizou com os detalhes da piscina acessível. O arquiteto doou o projeto completo (arquitetônico, hidrossanitário, elétrico), que conta ainda com auditório e ala de fisioterapia.
“Este foi um projeto que doei para a APAE, para que com este possam requerer uma verba para a construção, junto ao deputado federal Da Vitória (PP)”, explicou o arquiteto.
E ele acrescentou:
“Houve retaliação por parte de alguns vereadores. Um, especificamente, ao qual não posso citar, que, por divergências políticas, pediu votos para os outros vereadores que haviam se comprometido a voltarem favoráveis a este projeto, mas no momento da votação secreta, mudaram seus votos”.
Para a vereadora Etienne, foi uma desagradável surpresa.
“Ele se reuniu com vários arquitetos para a elaboração do projeto que foi doado para a APAE. Trata-se de um projeto de piscina acessível. Nunca vi uma homenagem ser negada desta forma”, lamentou a parlamentar.
Para que a proposta da vereadora fosse aprovada, seria necessária uma votação com dois terços dos vereadores dizendo sim, ou seja, 12 parlamentares.
Apenas duas homenagens foram negadas nessa legislatura (2020-2024). Ambas de autoria da vereadora Etienne Coutinho Musso.
O presidente da Câmara, vereador Alexandre Manhães, explicou que embora seja a favor da votação aberta para esse tipo de projeto, o Regimento Interno determina que o pleito seja secreto, podendo ser modificado dependendo do entendimento dos vereadores.
“Se os vereadores entenderem, o Regimento pode ser alterado para fazer constar como votação aberta, até porque a transparência é um dos princípios basilares da República.
Como Presidente, posso votar e sou de acordo com a votação aberta”.
Ele explicou ainda que para aprovação do projeto são necessários nove votos, ou seja, maioria simples do Parlamento Municipal.
Ao ser abordado sobre a frequência de rejeição em torno de projetos com o teor de homenagear pessoas, Manhães explicou que tudo depende do entendimento acerca de ser ou não apropriado para o momento no município.
“Propostas dessa natureza podem ser rejeitadas, porque dependem da aprovação da maioria dos vereadores. Às vezes, elas são rejeitadas apenas porque o parlamento não vê como apropriado para o momento, mas não quer dizer que rejeitam a própria pessoa que seria homenageada”, explicou o presidente da Casa de Leis.