A festa de Momo chegou ao fim e deixou assuntos para serem debatidos após os dias de folia. Tanto a turma dos agitos de Santa Cruz quanto os da Barra do Sahy colocaram os blocos na rua para chamar a atenção dos temas que, para cada grupo, é mais importante. A Quarta de Cinzas chegou, mas não eliminou a disposição daqueles que seguem na luta por alguma bandeira.
Na Barra do Sahy os coletivos LARES e Dona Astrogilda organizaram o bloco “Toda forma de amar”, que desfilou pelas ruas do balneário na segunda-feira (24 de fevereiro).
“O bloco teve como tema ‘Venha botar seu bloco na rua. Na folia, respeite xs trans, as travas, as minas, as sapas e as bixas’. Também colocamos na letra que ‘a homofobia e o machismo não vão passar’. Infelizmente, o bloco teve pouca adesão, o que já era esperado devido ao contexto do ‘armário’ em Aracruz onde os LGBTs são colocados”, apontou João Victor Padilha, um dos organizadores do Coletivo LARES.
LARES e Dona Astrogilda aproveitam folia e abordam temas importantes na Barra do Sahy
Mas o recado foi dado. Em frente ao bloco havia uma faixa com tema bem atual: “Folia sim, assédio não”.
SANTA CRUZ
Em meio a algumas reclamações por conta da programação de Carnaval proposta pela Prefeitura, os foliões se divertiram e também deixaram seu recado nos dias de folia momesca em Santa Cruz.
Assim como foi programado, o Bloco do Sofá Azul saiu pelas ruas do distrito para demonstrar sua alegria, mas sempre deixando a crítica em relação ao descartes e à educação da população bem evidente.
Foi criado um grupo no aplicativo Whatsapp com o objetivo de organizar o desfile do bloco, montagem da alegoria e sugestão das fantasias.
Agora a ideia é manter o grupo ativo para que possam ser discutidos temas relevantes de interesse da população local.
“Acredito que o Sofá Azul levantou o problema do descarte do lixo, mas não apresentamos a solução e muito menos despertamos a consciência dos moradores”, apontou Zeni Magalhães, uma das organizadoras do bloco.
Certo é que o Carnaval deixou um gostinho de “quero mais” nos foliões e folionas. Então, se os agitos de Momo já passaram e ainda restam temas para diversas discussões, que tal unir forças para dar continuidade aos debates, mesmo que não seja no embalo das marchinhas ou samba-enredo?