O documentário "Faça o que precisa ser feito: A vida de José Maria Coutinho", a ser lançado no Youtube nesta semana, conta a sua vida com relatos pessoais de quem conviveu diretamente com ele. O lançamento foi na última sexta-feira (5 de novembro), feito por suas filhas Ananda e Cristiana Coutinho, ambas produtoras do média-metragem.
Numa sessão petit comité para cerca de 80 pessoas para evitar aglomeração, no auditório do Senai Aracruz, Ananda e Cristiana, apresentaram também o diretor de Cena e Fotografia, Rogério Sarmenghi, que apontou a importância de participar do projeto que conta a história da cidade por meio das pessoas.
"Foi um presente que recebi, poder participar da construção dessa obra. Eu sou um apaixonado pelo município de Aracruz e acredito que quem faz a história são as pessoas", explicou o documentarista.
Antes da exibição do documentário, que possui 40 minutos de duração, Cristiana e Ananda, falaram sobre a construção do filme e da experiência de contar a história do próprio pai e de seu legado para o município de Aracruz.
"O roteiro de um documentário, diferentemente de outros roteiros cinematográficos, é uma obra em construção. Temos um fio condutor, por meio das perguntas aos entrevistados, para construir a narrativa, mas não sabemos o que será respondido. Então, hoje só tenho a agradecer a todos os entrevistados que ajudaram a construir essa obra, para podermos contar um pouco da vida desse ser humano extraordinário, que foi José Maria Coutinho", explicou a roteirista e diretora do documentário, Cristiana Coutinho.
Cristiana Coutinho apresenta o documentário sobre seu pai
"A vontade de fazer esse documentário surgiu no próprio velório, quando eu percebi a necessidade de contar a história dele. Pessoas que eu não conhecia chegavam e diziam como ele foi importante na vida delas", lembrou a diretora de produção do documentário, Ananda Coutinho.
Ligados diretamente ao Professor Coutinho, a vice-presidente da Câmara Municipal, vereadora Etienne Coutinho, sobrinha, e o prefeito da cidade, Dr. Coutinho, irmão, estiveram presentes ao evento e discursaram sobre seu contato pessoal com o homenageado.
ESTRUTURA DO DOCUMENTÁRIO
O média-metragem foi concebido em blocos, dando destaque a momentos e fatos que marcaram a trajetória de José Maria Coutinho. O primeiro bloco faz uma introdução e conta com os depoimentos de alguns dos 21 irmãos e amigos de infância. A seguir, a passagem de tempo enfatiza o Mestrado nos Estados Unidos, a aprovação em concursos públicos e as homenagens recebidas em Los Angeles.
Os três blocos subsequentes evidenciam a militância política na época da ditadura militar, a participação na formação das instituições do Movimento Negro Unificado e na UPES – União dos Professores do Espírito Santo.
Depois, o bloco Yoga destaca sua atuação como professor de Hatha-yoga. A seguir, um resumo da sua atividade como professor universitário, tendo alcançado o mais alto patamar da carreira acadêmica, obtendo o grau de professor titular. Uma volta na passagem do tempo destaca o período do Doutorado e a Ação Educativa Militante desenvolvida em Barra do Riacho.
Também nessa época, trabalhou na Revitalização Cultural Indígena e participou da luta com os Tupinikins e Guaranis pela demarcação das terras, temas do oitavo bloco. A seguir, o documentário apresenta a atuação do professor Coutinho a frente da Secretaria de Cultura, Desporto e Lazer de Aracruz e o legado deixado. Os últimos dois blocos trazem a família e a definição de Coutinho em uma palavra ou uma frase por parte dos entrevistados.
QUEM FOI JOSÉ MARIA COUTINHO?
Filho de Barra do Riacho, Aracruz, órfão de pai aos 11 anos e de mãe aos 17, o Ph.D. em Ciências Sociais e Educação Comparada pela Universidade da Califórnia em Los Angeles – UCLA e professor da Universidade Federal do Espírito Santo – UFES, realizou o trabalho intitulado "Ação Educativa Militante em Revitalização Cultural e Organização Popular", com a produção de variadas atividades que, no geral, contribuíram para o resgate da identidade cultural local da comunidade atingida pela instalação da fábrica da Aracruz Celulose na década de 1970.
Promoveu, por meio da conscientização popular, a construção da cidadania e da qualidade de vida da população. Também foi secretário de Cultura, de 2004 a 2009 da então Secretaria Municipal de Cultura, Desporto e Lazer – SEMUC.
FICHA TÉCNICA
Roteiro e Direção: Cristiana Coutinho
Direção de Produção: Ananda Coutinho
Direção de Cena e de Fotografia: Rogério Sarmenghi
Produção Executiva: Ananda Coutinho
Pesquisa e decupagem das imagens: Ananda Coutinho
Narração: Cristiana Coutinho
Edição: Ananda Coutinho, Cristiana Coutinho e Rogério Sarmenghi
Produtora: TK1 Filmes