O ano de 2023 foi notável, para dizer o mínimo, para os atletas Nicollas Gabriel Silva Raich, 13 anos, e Kauã Guilherme Silva Raich, 10 anos. Os bodyboarders indígenas da Aldeia Caieiras Velha fecharam o ano com chave de ouro, embora falte apoio e patrocínio para os garotos. A dificuldade serviu de combustível para que eles buscassem as melhores colocações nos Circuitos Brasileiro e Estadual.
O caçula da família disputou o Circuito Estadual na categoria Iniciante e encerrou sua participação com o vice-campeonato ao totalizar 1,470 pontos.
“Achei o campeonato incrível, mas acho que tenho muita coisa para melhorar em 2024”, assinalou Kauã.
E Nicollas, que disputou duas categorias (sub-16 e sub-18) do Estadual, terminou o ano com a quinta colocação em ambas. Na categoria sub-16 ele fez 1.165 pontos, enquanto na categoria sub-18 ele fez 860.
“Estou muito feliz de ter conseguido ir nesse campeonato. Ganhei bastante experiência e técnica. Acho que fui bem, Também acho que posso melhorar mais e foco para 2024”, apontou Nicollas.
Mesmo deixando de participar de duas etapas do Circuito Brasileiro (a primeira e a segunda etapas), Nicollas chegou a 1.560 pontos na categoria sub-18 e terminou em oitavo lugar. O campeão brasileiro dessa faixa etária foi o cearense Rafael Ramos, que chegou a 2.730 pontos.
Para o ano que vem, os indígenas esperam conseguir patrocínio e apoios.
“Minha expectativa para 2024 é conseguir patrocínio e apoios para competir todas as etapas do Circuito Brasileiro e algumas etapas do Mundial”, projetou Nicollas.
“A expectativa para o ano que vem é conseguir patrocínio e também apoios para conseguir o título, pois esse ano fiquei como vice-campeão. Então, a expectativa é trazer o título”, salientou Kauã.
FEBBEES
O presidente da Federação de Bodyboarding do Espírito Santo (Febbees), Marcelo Miranda, elogiou a garra e o aprimoramento dos atletas indígenas. O dirigente elogiou ainda a união de toda a família em torno do projeto esportivo dos garotos.
“Esta é uma família abençoada, é uma família que se dedica a esse trabalho de tornar os filhos atletas competitivos. Eles já ganharam a simpatia e o reconhecimento do nosso segmento do bodyboaring, até em nível nacional. A Federação reconhece o esforço da família. Eles são competidores indígenas e nem sei se há registro de participação de indígenas em outros locais. Mas acho que vale o registro”, destacou Miranda.
Marcelo Miranda também fez referência ao desenvolvimento do surfe dos atletas.
“Eles são muito talentosos, pouca idade. Há uma certa maturidade, começam a demonstrar desenvoltura nas falas e comportamento. Isso é bem legal. Desejo que eles continuem firmes na caminhada deles”.
CAPIXABAS
Na categoria feminina, Luna Hardman, filha da pentacampeã mundial Neymara Carvalho, foi a vice-campeã brasileira, obtendo um total de 2.460 pontos, seguida pelas também capixabas Maíra Viana (2.450 pontos) e Maylla Venturin (2.340 pontos). A campeã brasileira foi a pernambucana Kirtys Montenegro, que alcançou 2.470 pontos. A proximidade de pontos denota como foram acirradas as disputas. Onda a onda!
No masculino, o capixaba melhor rankiado foi o campeão capixaba Lucas Nogueira, que obteve 1.500 pontos, ficando com a 14ª colocação. O campeão da categoria foi o cearense Diego Gomes, com 2.730 pontos.
Bom dia !Brilhante. Correta e inspiradora. Algumas das palavras que possam definir essa matéria.A história que essa família está contando é incrível. Não há registros similares.E os próximos anos prometem. Os irmãos Nicollas e Kauã, estão determinados a serem atletas de alto rendimento.Obrigado