Os pescadores de Barra do Riacho interromperam a linha férrea da Vale, em João Neiva, Norte do Estado, nesta seguranda-feira (25 de setembro) para protestar contra a Samarco. Os trabalhadores reclamam que ainda não foram indenizados e afirmam que sofrem com o descaso das empresas envolvidas no crime ambiental, que no dia 5 de novembro completará dois anos.
A Vale e a BHP Billiton são acionistas da Samarco, empresa que responde criminalmente pelo desastre da barragem de Fundão, em Mariana (MG), que matou 19 pessoas na localidade mineira de Bento Rodrigues, no dia 5 de novembro de 2015.
"Nós fizemos uma manifestação pacífica, que começou por volta de 7h30 e terminou às 16 horas", contou uma pescadora que preferiu o anonimato.
Vivendo por meio de doações, muitos pescadores de Barra do Riacho relatam o sofrimento que estão vivendo por causa do rompimento da barragem. Na última semana, também durante o encontro com os representantes do MPF e DPES, uma senhora jogou no meio da quadra de esportes do balneário várias caixas de remédios que vem tomando por conta dos problemas gerados após o crime.
Outra reclamação é que tem gente que depende da pesca e sequer foi convocada pela Fundação Renova para que seja cadastrada no Programa de Indenização Mediada (PIM), já outras que não são pescadores estariam dentro do programa.
O outro lado.
Segundo a assessoria de imprensa, a Fundação Renova, afirmou que elaborou por meio de construção coletiva uma proposta de indenização definitiva para os pescadores. A proposta teria como base estudos que indicaram a renda média para cada categoria de pescador, considerando renda, danos materiais e morais.
A assessoria explicou ainda que durante as apresentações para as colônias e associações de pesca, os pescadores teriam indicado sugestões de alterações na proposta original. Diversas dessas sugestões teriam sido incorporadas na proposta final da Renova.
Em relação à reunião do Comitê Interfederativo (CIF), realizada nesta segunda (25) e terça-feira (26), em Vitória, os encontros sistemáticos fazem parte do trabalho do CIF de orientar e fiscalizar as ações de reparação em andamento, previstas do Termo de Transação de Ajustamento de Conduta (TTAC).
Indenizações
A assessoria complementou a informação dizendo que cerca de R$ 500 milhões teriam sido pagos até o momento em auxílios e indenizações.