A ordem de fechar a Fonte do Caju, ponto turístico do balneário de Santa Cruz, em Aracruz, finalmente encontrou uma assinatura. Mas precisou de pressão popular para que a história do fechamento, ocorrido na última segunda-feira (20 de novembro) fosse esclarecida. Ponto para a comunidade santacruzense. Neste sábado (25 de novembro), moradores se disponibilizaram a fazer um mutirão de limpeza no local.
Em reunião nesta sexta-feira (24 de novembro) com o secretário de Transportes e Serviços Urbanos de Aracruz, Luiz Fernando Meier, e o diretor-geral do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) do município, Elias Marochio, o presidente do Círculo Comunitário Amigos de Santa Cruz (CICASC), Marcelo Miranda, vereadores e vários moradores cobraram uma ação eficaz para que a fonte seja preservada e monitorada.
Na última terça-feira (21 de novembro), diante da negativa do secretário e do diretor-geral da autarquia municipal, ficou uma dúvida na cabeça dos moradores. Afinal, quem havia determinado o lacre da fonte sem a prévia comunicação à população? No dia anterior, a Secretaria de Transportes e Serviços Urbanos informou que análise feita na água pelo SAAE revelou que a água não era própria para o consumo humano.
Hoje, durante a reunião, o secretário Luiz Fernando disse que uma gerente de sua equipe foi a responsável por tal atitude. Disse ainda que a equipe de Comunicação da Prefeitura Municipal teria errado no episódio e que uma reformulação teria sido determinada pelo prefeito Jones Cavaglieri.
Passado esclarecimento, a comunidade cobrou ações efetivas para que a Fonte do Caju não fique abandonada.
"Vamos conversar com o secretário de Administração (Luciano Forrechi) para saber da possibilidade de se contratar pessoas para fazer a manutenção da fonte. Enviaremos um caminhão-sugador para ajudar no mutirão de limpeza que acontecerá neste sábado e ainda veremos com o pessoal da Comunicação da Prefeitura para que seja colocada uma placa de acrílico para informar a potabilidade da água", informou o secretário Luiz Fernando.
Por parte do SAAE, o diretor-geral, Elias Marochio, disse que tentará realizar algumas ações sobre a análise da água.
"Como tenho um bom trânsito dentro da Cesan, verei a possibilidade que existe para que seja feita a análise da água. Estamos estudando a elaboração de um projeto de instalação de uma elevatória de forma a universalizar a coleta da água e do esgoto. Este é um projeto que vai gerar empregos. Além disso, o monitoramento da água é constante. Mas toda vez que houver suspeita sobre a água os moradores podem entrar em contato com o SAAE", assinalou o diretor do SAAE.
Como os moradores estão, de certa forma, desconfiados com as análises oficiais, quem tiver interesse pode coletar uma amostra da fonte e enviar para um laboratório de sua confiança. Esta foi a atitude do oceanógrafo Maik dos Santos Cividanes da Hora que também é morador de Santa Cruz.
"Enviarei uma amostra para que o pessoal da Ufes possa fazer a análise. Mas todo o processo para tal análise passa por um trâmite. Então, teremos de esperar", disse o oceanógrafo.
Durante o mutirão a ser realizado na Fonte do Caju neste sábado, os moradores deverão fazer o esgotamento da água que está no reservatório e fazer a limpeza.