Um volume assustador de peixes mortos assustou, revoltou e entristeceu moradores de Barra do Riacho, em Aracruz, no Norte do Estado. A afirmação é de que todas as vezes que chove na cabeceira do Rio Riacho, uma imensa onda de peixes aparece morta na chamada "boca da barra", que é o trecho onde o rio encontra o mar.
Taínhas, robalos e outros tipos de peixes apareceram mortos nas areias da praia e na extensão do rio antes de chegar à barra. Vários moradores afirmaram que a mortandade teve início na última sexta-feira (15 de dezembro).
"Vejam só. São muitos peixes. Toda vez que chove sofremos com esse monte de peixe morto e um cheiro insuportável de peixe em decomposição", revelou um morador.
Outro morador que pediu para não ser identificado relatou que antes do rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG), e que provocou o maior desastre no meio ambiente de que se tem notícia no Brasil, quando chovia o volume de peixes aumentava.
"Sempre que chovia tínhamos um número bem grande de peixes passando pelo Rio Riacho. Mas todos chegavam vivos na boca da barra", relatou o morador.
Uma moradora que mora na beira do Rio Riacho e bem próxima da praia de Barra do Riacho mostrou à reportagem da Web Rádio Voz do Piraqueaçu que uma água leitosa sai de uma galeria de esgoto que sai de uma grande empresa de produtos químicos.
"Vejam vocês com seus próprios olhos. Olhe a água que sai dessa galeria", exclamou a mulher que também pediu para não ser identificada.
Uma água com cor leitosa, assim como a água da praia, metros à frente. Na praia, uma espuma estranha se acumulava na areia.
A presidente da Colônia de Pescadores Z-7, Nádia Mattos Rodrigues, acredita que a mortandade foi consequência da turfa. Ela ventilou a possibilidade de um barco ter jogado peixes mortos no rio.
Já o presidente da Associação de Pescadores de Barra do Riacho, Ednaldo Marques, disse que tal fenômeno acontece todo ano, em dezembro, após as chuvas.
"A justificativa é que o PH da água abaixa muito e mata os peixes. Quem verificou a qualidade da água foi a Fibria", apontou o dirigente.
O presidente da Associação de Moradores de Barra do Riacho, Israel Azeredo, disse que irá ouvir os outros dirigentes para que, juntos, possam tomar alguma providência.