O guaiamum tem vários nomes: guaiamu, goiamum, goiamu, fumbamba e caranguejo-mulato-da-terra. Em todas suas vertentes, ele está terminantemente proibido de ser catado, comercializado e consumido no Espírito Santo. Houve o tempo em que a espécie fazia parte da culinária.
Mas o risco de extinção do animal fez com que o crustáceo entrasse na lista de espécies protegidas no Espírito Santo. De acordo com o chefe da Área de Proteção Ambiental (APA) Costa das Algas e do Refúgio de Vida Silvestre (RVS) Santa Cruz, Roberto Sforza, o guaiamum também estava na lista federal de espécies ameaçadas, mas está suspensa, momentaneamente.
"Houve uma perda de habitat com aterros e transformações do ambiente. Aqui no Espírito Santo não temos captura em escala comercial, mas houve a pressão de ocupação das margens dos rios, ou seja, uma supressão do habitat", explicou Sforza.
Roberto Sforza explicou ainda que seu comportamento está normalmente associado às suas tocas, mas na época da reprodução, os animais costumam perder o instinto de proteção.
Outro dado apontado pelo chefe da APA e do RVS é que o guaiamum dificilmente repovoa naturalmente, daí a necessidade de fechar as áreas de coleta.
"Não pode coletar, não pode consumir, não pode comercializar", alertou ele.
O ambientalista Gabriel Ruschi aponta que a desobediência poderá doer no bolso.
"A multa é pesada. Quem for flagrado poderá pagar uma multa de R$ 5 mil por indivíduo. E se for flagrado dentro de uma Unidade de Conservação, esta multa poderá dobrar", apontou Gabriel Ruschi.
O oceanógrafo Maik dos Santos Cividanes da Hora destacou que é importante a participação dos moradores locais na proteção ao animal.
"O que vale mesmo é a conscientização de quem mora no local para que não haja a comercialização do guaiamum. O turista deve também perguntar sobre a existência de proteção ao animal que vai consumir", destacou Maik da Hora.
Nesta terça-feira, a Secretaria de Meio Ambiente de Aracruz, por meio de sua fiscalização, apreendeu 300 metros de rede e 20 armadilhas para a captura do crustáceo. A Semam alega que mantém uma fiscalização com carros, motos e barcos para evitar a extinção do guaiamum.