Com a anuência da Associação de Moradores de Coqueiral de Aracruz (AMOC), teve início na manhã desta quarta-feira (4 de abril) os cortes de castanheiras no bairro. Bastaram algumas horas para que as críticas começassem a pipocar nas redes sociais. Moradores de vários lugares do município demonstraram desacordo e revolta com a decisão.
A AMOC destaca, por meio de nota, que tenta "seguir um caminho construtivo, buscando pelos meios possíveis conciliar os interesses da comunidade e do meio ambiente".
A Associação explicou que no dia 16 de março houve uma vistoria na praia, onde foram definidas as ações.
Ainda na nota disponibilizada em seu perfil no Facebook, a AMOC informa que o projeto está sendo realizado pelas prestadoras de serviço da Infraero com "todas as autorizações ambientais pertinentes".
Na postagem feita pela AMOC, em rede social, as pessoas demonstraram a sua insatisfação.
"O problema é que vão plantar aquelas árvores medonhas que plantaram lá antes do hotel. E vai virar um matagal igual também o da Praia dos Quinze. Tenso", dizia um comentário.
"Por que não vão cortar as castanheiras de Guarapari? Por que não vão cuidar da orla de Anchieta, que está engolindo a cidade?", indagou outro internauta.
Em outro comentário, ainda na postagem da AMOC, um morador disse que não houve qualquer votação e que a maioria dos presentes era de representantes de empresas e poder público.
Como um dos representantes da orla de Aracruz, o vereador Romildo Broetto assinalou que foi contrário ao corte das castanheiras e que uma solução deve ser encontrada juntamente com as comunidades.
"Houve reunião em Coqueiral, mas em Santa Cruz, Putiri e Barra do Sahy essas reuniões ainda não aconteceram", disse o parlamentar.
A polêmica em torno do assunto surgiu no encontro na Oficina de Artes, em Coqueiral, no dia 23 de fevereiro, e que os moradores de diversos locais participaram.
A Prefeitura de Aracruz esclareceu que o corte das castanheiras da orla do município tem a explicação na ampliação do Aeroporto Eurico Salles, em Vitória.
É que para que a ampliação do aeroporto ocorresse seria necessária a supressão de uma vasta área de restinga. A condicionante imposta à Infraero pelos órgãos ambientais para que o projeto se desenvolvesse era recompor o dobro de área suprimida em ecossistema de restinga, conforme determinação da Política Florestal do Espírito Santo.
Outro esclarecimento feito, por meio de nota, pela Prefeitura de Aracruz é que houve concordância com o desenvolvimento do projeto no município em dezembro de 2016, ou seja, no final do mandato anterior, restando à atual gestão cumprir o que foi anuído.
Ciente de que a população do município se identifica com as espécies exóticas (castanheiras), a Prefeitura sugeriu que se promovessem reuniões com as comunidades.
"Ressaltamos que o posicionamento da Prefeitura Municipal de Aracruz e da SEMAM é de que as empresas envolvidas não deverão iniciar qualquer atividade inerente ao projeto, especialmente o corte de castanheiras, sem que haja contato prévio com as comunidades através de suas associações de moradores".
No caso de Coqueiral, a nota emitida pela Associação confirma seu posicionamento de concordância com o corte das espécies.