Utilizando os restos das castanheiras que foram eliminadas das praias de Coqueiral, em Aracruz, moradores da região protestaram na tarde desta quinta-feira (5 de abril) na ES-010, interrompendo o tráfego na região.
Na manhã da última quarta-feira (4 de abril), empresa ligada à Infraero deu início ao corte das castanheiras na praia de Coqueiral, o que gerou uma enxurrada de críticas nas redes sociais.
O corte das chamadas espécies exóticas (castanheiras) em Aracruz faz parte de uma condicionante imposta por órgãos ambientais à Infraero, que precisou suprimir vegetação de restinga em Camburi, para a construção do Aeroporto de Vitória.
De acordo com o Plano de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD), foram suprimidos 20,38 hectares de área para a ampliação do Aeroporto de Vitória. Sendo assim, a condicionante imposta pelo IBAMA foi a recuperação do dobro da área suprimida, muito embora a Infraero deva recuperar um total de 44,3 hectares, ainda de acordo com o documento.
O PRAD determina uma área de recuperação de 15,5 hectares em Aracruz, 16,8 hectares em Vitória (Camburi, Curva da Jurema e Ilhas do Boi e do Frade) e mais 12,1 hectares do Sítio Aeroportuário.
À tarde, a rodovia foi ocupada por manifestantes que não querem o corte das árvores.
A engenheira ambiental Ana Paula, que também ocupa a presidência da Associação de Moradores de Coqueiral (AMOC), afirmou que é a favor do projeto.
"Sou a favor do projeto, que indica a retirada de 80% das castanheiras. Esse espaço deverá ser utilizado para o plantio de vegetação nativa (restinga)", explicou Ana Paula.
Os manifestantes só desocuparam a estrada quando receberam a sinalização da Infraero de que iria se reunir com eles em data a ser marcada na próxima semana.