Quem participou das ações em Santa Cruz e na Barra do Riacho neste sábado (21 de setembro), Dia da Árvore, saiu dos locais com a certeza de dever cumprido. Mas foi em Santa Cruz, enquanto recolhiam diversos tipos de resíduos em sua caminhada, crianças, jovens e adultos encontraram uma tartaruga morta.
O sentimento daqueles que participaram da ação “Semana Mares Limpos”, da ONU Meio Ambiente, foi dividido. A união de moradores e pescadores serviu para mostrar que juntos podem promover movimentos de sucesso em prol do meio ambiente. Ao mesmo tempo, os envolvidos sentiram a tristeza por conta do grande volume de lixo retirado de ambientes que deveriam estar limpos.
Em Santa Cruz, a Comissão de Meio Ambiente de Santa Cruz (COMASC), e na Barra do Riacho, o CultBio juntamente com a Associação de Pescadores, retiraram um volume considerável de lixo.
Em Barra do Riacho, a limpeza foi feita às margens do Rio Riacho, no mangue e nas praias. De acordo com os organizadores, o “Dia Mundial da Limpeza” conseguiu recolher 1,5 tonelada de resíduos como garrafa pet, isopor, esponja de limpeza, redes de pesca, tampinhas de garrafas plásticas.
Participantes da ação de coleta de resíduos em Barra do Riacho
“Essa ação é uma forma de sensibilizar e conscientizar a todos sobre o descarte irregular de resíduos, causando a morte de espécies da fauna e flora marinha, contaminação da água e, principalmente, do nosso Rio Riacho”, avaliaram os organizadores do CultBio.
SANTA CRUZ
Alguns quilômetros de distância de Barra do Riacho, o encontro da tartaruga morta, em Santa Cruz, confirmou a avaliação do pessoal do CultBio.
Crianças se impressionam com a tartaruga morta na praia
As crianças ficaram tão impressionadas com o fato de toparem com a espécie morta que até uma cruz elas confeccionaram para colocar ao lado da tartaruga.
Para a tecnóloga em Recursos Pesqueiros e Doutoranda em Oceanografia Cris Sorandra, a presença das pessoas em grande número foi surpreendente.
“Sinceramente não esperava que viesse tanta gente. E não esperava também que em menos de 100 metros de praia retirássemos tanto lixo e ainda dois galões de vidro. O que também foi surpreendente foi o volume de latas de conserva. Esse é um tipo de lixo que não é muito comum ser encontrado em praias. Também foram retiradas muitas garrafas de bebida alcoólica da restinga”, lamentou a ambientalista.
E ela ainda fez uma avaliação sobre a ação deste sábado:
“O lado positivo foi a participação das pessoas, mas o lado negativo foi quantidade de lixo retirado da praia”.
Ao final da coleta de resíduos a garotada ainda curtiu a capoeira e o congo, além de uma hidratação com sucos e frutas.
PARTICIPAÇÃO
Para a garotada, o Dia da Árvore foi diferente. Além de ter a oportunidade de socializar com os amigos, todos puderam dar sua parcela de contribuição para o meio ambiente, coletando os resíduos e também plantando ipês no trevo da ES-010, que dá acesso a Santa Cruz.
“Eu recolhi uma bolsa, uma blusa, garrafa de vidro, papel e papelão e também copo plástico”, contou Iasmin Souza Costa, de 14 anos, que esteve no local com o pessoal da capoieira.
Já Brunelly dos Santos Krohling, de 11 anos, gostou da iniciativa organizada em Santa Cruz. Ela retirou da praia fios de nylon, copos descartáveis, vidros e uma corda.
“Achei interessante participar e poder ajudar a natureza, principalmente, por contribuir na retirada do lixo e evitando que os animais possam comer, assim como aconteceu com a tartaruga”, apontou.
Outra que também quis participar e contribuir na retirada de resíduos da praia foi Lívia de Fátima da Silva Cabidelli, de 13 anos.
“Recolhi corda, papelão, tijolo, pedaços de piso, copos e garrafas descartáveis. Acho que pude ajudar para o mundo ser um lugar melhor”, filosofou a adolescente.
Da mesma forma que a Gyovanna Farina Azeredo, de 10 anos, que retirou da praia plásticos diversos, linha de nylon, copos descartáveis e várias garrafas de vidro.
“Acho que pude ajudar o meio ambiente e o planeta Terra. Em casa eu sempre conto para meu avô sobre as formas de ajudar o meio ambiente”, disse a menina.
RESULTADOS
O resultado de todo trabalho deve fazer com que muitos coloquem a mão na consciência. Segundo Cris Sorandra, foram recolhidos 200 quilos de lixo em dois quilômetros de caminhada.
Foram recolhidos 31kg de vidro durante a ação ambiental
Desse total, 55 quilos foram de material não reciclável, 22 quilos de plástico que vai para a reciclagem. Ainda durante a ação, foram recolhidos 31 quilos de vidro, 23 quilos de metal e um quilo de bituca (guimba) de cigarro.
Bacana ver,as pessoas fazendo uma ação como essa. O mundo precisa!
Agradecemos muito a participação de todos! Foi lindo ver a comunidade reunida em prol do meio ambiente!