O aparecimento de fragmentos escuros com aspecto estranho foi constatado na tarde desta quarta-feira (13 de novembro) na praia de Gramuté, em Aracruz. O fato chamou a atenção de Gabriel Ruschi, que imediatamente acionou os órgãos competentes para encaminhar o material para análise posterior.
A hipótese levantada é que os fragmentos podem ser do vazamento de óleo ocorrido no mar há dois meses e que já atingiu diversas praias paradisíacas do Nordeste brasileiro e agora teria chegado ao Espírito Santo.
Assim que identificou o problema na praia de Aracruz, Gabriel informou as autoridades, mas ainda não recebeu qualquer resposta.
Fragmentos estranhos encontrados na praia de Gramuté
Segundo ele, o material coletado tem aspecto de borracha, mas já aconselhou a ninguém ficar manuseando tais fragmentos. Ao ser indagado se o material continha algum odor, Gabriel foi categórico.
“Nem é bom testar. Deve se manter o mais distante possível. É extremamente prejudicial à saúde”, alertou.
A Prefeitura de Aracruz iniciou nesta terça-feira (12 de novembro) encontros com diversas comunidades para instruir os moradores sobre o aparecimento de objetos estranhos no mar e também para orientá-los sobre a importância de entrar em contato com os órgãos competentes.
É de muita importância que as pessoas não toquem tal material. A tecnóloga em Recursos Pesqueiros e Doutoranda em Oceanografia Ambiental Cristielli Sorandra adverte que até mesmo o uso de EPIs devem ser bastante específicos.
“É muito importante que a população fique ciente de que o óleo é extremamente tóxico. Ele pode causar dermatites e doenças respiratórias no caso de contato com as narinas. No nosso caso é mais importante mesmo o contato cutâneo. Se precisar, de alguma forma, retirar de algum lugar, que seja com auxílio de pessoas que entendam, com uso de EPI. E não é qualquer EPI. É bota de borracha, luva de borracha. Borracha grossa. Não pode ser aquela luva que se usa em cozinha. Ele é extremamente tóxico”, orientou Cristielli.
Outra informação de relevância dada pela tecnóloga é que o local onde os fragmentos encostam ficam contaminados.
“Onde o óleo encosta, o que o óleo encosta fica contaminado. Se usarem uma rede de pesca para coletar o óleo, essa rede tem que ser descartada. Se sujou a roupa com o óleo, ela fica contaminada e não pode ser utilizada. Se alguém encher uma sacola e colocá-la em cima de uma planta, aquela planta ficará contaminada”, alertou a profissional.
A Fundação Oswaldo Cruz emitiu nota esclarecedora sobre o problema do óleo cru de petróleo que foi encontrado no Nordeste.
“A maioria desses produtos químicos é cancerígena, podendo ainda produzir malformação fetal, abortos, distúrbios neurológicos graves, alergias, doenças hepáticas, renais, de pele, dos pulmões, do sangue, entre outras”, informa a nota.
A Secretaria de Meio Ambiente de Aracruz informa que, caso os frequentadores das praias do município avistem óleo liguem para o número 99830-9142 e avise o ocorrido.